Qual a certeza que temos na vida,além de que,uma hora vamos partir? Sei que tudo isso é clichê,porém só mesmo a morte é certa,cobrar de nós mesmos atitudes num momento inadequado não é inteligente. O que nos dá a convicção de que o momento é inadequado? A insegurança, quanto a decisão a ser tomada! Resolver os problemas dos outros é fácil,todos nós temos a fórmula certa para a vida alheia...para emagrecer,para a perfeita saúde,temos tanta habilidade para com essas questões,[dos outros], que se as usássemos para nós,não haveria um ser humano, sequer,com problemas de qualquer espécie.
É óbvio,que queremos sempre o melhor para nossa vida,descobrir a felicidade é o objetivo de todos nós,ninguém em suspensão,com a vida estagnada, consegue ser feliz. Como saber onde é o nosso lugar? Será que em algum lugar existe esse bichinho desconhecido? Essa sensação que bulina tanto o nosso querer, que gostaríamos de fazê-la eterna...O que sabemos sobre felicidade? Ela é um estado natural, uma condição ou uma consequencia? É ser ou estar? Ou quem sabe, os dois ao mesmo tempo? Pois que,os dois estados se interligam e nenhum discorda do outro,muito pelo contrário. Se sou é porque estou , se estou é porque sou...ora!
Para sabermos ao certo o que é felicidade, será que antes não temos que distinguir entre o que é ser feliz e ser infeliz? A vida nos convida a todo instante a viver plenamente em estado de graça, todavia, só vivenciamos isto a quatro olhos, ou quando nos vemos no olhar do outro... Não num olhar possessivo, mas num olhar que nos faz sentir grande, que até nos possua, mas que também respeite as nossas asas...um olhar generoso que vê em nós o que não vemos...ou melhor, um olhar na mesma direção...um encantamento com o brilho das estrelas, com com os tons azuis das hortênsias numa pequena estação...simplesmente por estar juntos e vê-las. Por sentir o cheiro da maresia, a grandeza do mar! Por sentir-se gigante ou um simples grão de areia? E diante de todas essas sensações, a certeza de que os problemas inexistem, porque somos dois... O nome disso:cumplicidade!
Ter a certeza que tudo passa, independente da nossa vontade, e de que nada é tão urgente, ou é... que o amor tem várias faces, que libertar é a mais autêntica maneira de amar, que o tempo é somente uma forma de controle em nossa vida, e de que, ao estabelecermos essa relação,[com o tempo], colocamos um ponteiro a guiar nossos passos... e o sentimento que vem dessa junção, é de que não temos tempo, e esse fato vai nos consumindo ao longo da jornada... uma sensação terrível de impotência... de que, somos jovens demais, ou velhos demais para a vida... desde tenra idade, essa correia peia-nos pelos tornozelos, e muitos de nós passamos toda existência sem reação. Tempo deveria ter outro nome:vontade!
Contar o tempo estorva os nossos passos, se conseguíssemos viver "hoje", como se não houvesse ontem, nem amanhã , seríamos enfim felizes... porque a felicidade nada mais é que uma sensação de Liberdade e Paz intensa, a qual carregamos em nossa bagagem ao viajarmos juntos:o nosso trem azul! Sem isso não há olhos de ver,e a vida torna-se uma completa agonia,um eterno querer fugir.Passamos a vida nos preparando para viver e quando damos fé:um susto! Deus salve os loucos, os insensatos e irresponsáveis, somente esses merecem à felicidade! Os outros, vivem uma eterna busca e caminham rumo ao nada...
[Felicidade não é um ponto de chegada,é simplesmente um ponto de partida, um eterno caminhar...corro?]
Nalva Araujo
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