Nalva Araújo

Cuidar da saúde sexual é um ato de amor, não apenas com você mesmo, sobretudo com o outro. Entretanto, não é o que vem acontecendo às pessoas acima de 50 anos, sujeitos desejantes e sexualmente ativos, estes englobam as estatísticas do crescimento de contaminados pelo vírus do HIV. Segundo pesquisas a incidência maior se dá ao grupo masculino, que somado ao feminino já vem superando adolescentes entre 15 e 19 anos. Pesquisas essas que não são mais completas por incluírem no grupo de risco apenas a faixa etária de 15 a 49 anos. Desafio para as políticas públicas, cuja estratégia de medidas preventivas ainda está em estudo. Segundo artigo da UNATI  (Universidade Aberta da Terceira Idade) 
"A epidemia de HIV/Aids vem sofrendo diversas modificações em seu perfil ao longo do tempo, dentre as quais os fenômenos de feminilização, heterossexualização, juventudilização, pauperização e envelhecimento. Estas características referenciam que não existem mais indivíduos particularmente vulneráveis ao vírus HIV, já que todas as fases do ciclo de vida estão expostas à contaminação. O aumento do número de casos de HIV na população idosa tem sido associado ao envelhecimento da população brasileira, ao aumento da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/Aids e ao acesso a medicamentos para distúrbios eréteis, fator que tem prolongado a atividade sexual de idosos em associação com a desmistificação do sexo na terceira idade. A abertura para a vivência da sexualidade tem tornado os idosos mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis (DST), colaborando para maior incidência desta patologia em indivíduos maiores de 50 anos.Além dos fatores expostos acima, o diagnóstico de HIV/Aids poderá ser realizado numa fase mais tardia, depois de uma investigação extensa e por exclusão de outras doenças, o que atrasa o diagnóstico e tratamento por mais de dez meses. Isto ocorre porque certos sintomas da infecção, tais como cansaço, perda de peso e distúrbios na memória, não são específicos desta infecção, podendo acontecer em outras doenças que são comuns nesta faixa etária. Na maioria dos casos, a doença é descoberta quando o paciente é internado para tratar alguma infecção oportunista ainda não diagnosticada ou em exames pré-operatórios."

Não há números atualizados. O artigo supra citado foi gerado em 2011 e os apontamentos de dados são de 1996 a 2008, desse modo deve-se concluir que são ainda mais alarmantes os casos . 
Se as pessoas atualmente são bombardeadas de informação, por que há essa ocorrência? O que as leva a ignorar o risco? Por que a terceira idade está tão vulnerável ao HIV e a outras doenças sexualmente transmissíveis, DST? Segundo o ("O Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis DST e Aids do Ministério da Saúde")
(...) "Este grupo têm vida sexual ativa e predominam as relações heterossexuais com comportamentos de risco, nos quais sexo desprotegido, múltiplos parceiros, abuso de drogas e de medicamentos estão presentes"
Para os homens, o uso do preservativo faz com que percam a sensibilidade e desse modo, logo, a ereção. Portanto, para eles o cuidado torna-se desnecessário, e somente nas relações com as profissionais do sexo é que são tomadas as devidas precauções, tendo em vista que mesmo nesses casos alguns ainda relutam quanto ao uso. Já as mulheres não exigem o preservativo, por não engravidarem mais, sendo assim desprezado o risco das doenças sexualmente transmissíveis. Segundo o mesmo artigo (UNATI)

"Sexo sem camisinha é particularmente arriscado depois da menopausa, devido ao ressecamento das paredes vaginais, as queixas se tornam mais frequentes e isto poderá favorecer ao surgimento de feridas que abrem caminho para o vírus HIV."

Alguns casais não exigem por mera questão de confiança, querendo dessa forma provar sua fidelidade. Havendo entre eles demasiada dificuldade de diálogo acerca da necessidade do uso do preservativo, como se este devesse ser usado apenas por parceiros que se desconhecem e ou se desconfia. Também há que levar-se em conta que as relações não acontecem mais da mesma forma, onde conhecia-se o amigo, o vizinho, os primos e todo histórico de doenças familiar, como sarampo, caxumba, catapora e etc. As pessoas hoje se conhecem por meio de redes sociais e salas de bate-papo, passam a ter um entrosamento tão intenso e perfeito que sentem-se como se fossem velhos amigos de infância, tamanha a intimidade desenvolvida. Constrangem-se diante dessa situação nova, pois na maioria das vezes vem de longos relacionamentos, acostumadas a um parceiro só e acabam por não exigir o uso da camisinha. Muitas vezes esses encontros "apaixonados" não passam de uma vez. Pois bem, vale o risco? Um verdadeiro encontro de amor é feito de cuidados, de um para com o outro, ou que seja consigo mesmo!...Um jargão que encaixa-se perfeitamente: 
                                       
                                          " é melhor prevenir do que remediar"!  



HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. 
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.
DST  - Doença Sexualmente Transmissível

Cancro Duro (Sífilis)
Cancro Mole
Candidíase 
Herpes Simples Genital
Gonorréia
Condiloma acuminado/HPV
Linfogranuloma Venéreo
Granuloma Inguinal
Pediculose do púbis
Hepatite B
AIDS
Infecção por clamídia
Infecção por trichomonas
Infecção por ureaplasma
Infecção por gardnerella 
Molusco Contagioso

Pesquisa realizada em: 
Departamento de DST, Aids e Hepatites virais -
UNATI - Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia Artigo
Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. v.14 n.1 Rio de Janeiro  2011
http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-e-hiv
http://revista.unati.uerj.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232011000100015&lng=pt
http://www.dst.com.br/
Artigo completo e informação vide fontes acima




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1 Response
  1. Boa tarde Nalva.

    Uma abordagem muito séria e competente, amei, parabéns pela iniciativa...

    Beijo cheio de carinho nesse teu coração doce, lu.


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