Nalva Araújo
Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes.
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.


- Que desgraça, senhor! - exclamou o adivinho.
Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.


- Mas que insolente! - gritou o sultão, enfurecido.
Como te atreves a dizer-me semelhante coisa?
Fora daqui!


Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem acoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.


Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:


- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada.
O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.


A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho.
E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:


- Não é possível !
A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem acoites e a você com cem moedas de ouro.


- Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer...


Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se.
Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.


Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.

A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa.
Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta.

Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade.


A embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos.


Ademais, será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho.


E, conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado o nosso intento.


Importante mesmo, é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira de dizer as coisas...

(Uma velha anedota árabe que muito pode ensinar aos impulsivos...)
http://www.stcecilia.br/~sobrino/refl-maneira.htm
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